Na segunda-feira (19), Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, divulgou que o medicamento vermífugo nitazoxanida se mostrou positivo no tratamento contra a Covid-19.
O diagnóstico seria de uma pesquisa realizada pela pasta governamental, na qual voluntários contaminados pela doença tiveram a carga viral reduzida quando o remédio foi administrado no início da infecção.
Entretanto, a pesquisa ainda não foi divulgada em nenhuma publicação científica. De acordo com o Ministério, o estudo foi enviado para uma revista científica e passará ainda por uma análise.
Anúncio contou com gráfico sem dados
Durante o anúncio, o Governo Federal exibiu um vídeo que mostra o processo da pesquisa científica. No conteúdo audiovisual, um gráfico sem dados foi exibido e as imagens foram comparadas a fotos tiradas do banco de imagens ShutterStock.
Durante a transmissão das imagens, o narrador diz que a missão dada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação foi concluída, e que o resultado da pesquisa demonstrou que o medicamento produz resposta eficaz na carga viral da Covid-19.
Após ser procurada pela reportagem do G1, a assessoria de imprensa do MCTIC disse que o gráfico utilizado no vídeo do evento não figura os resultados dos ensaios clínicos, mas faz parte de uma demonstração ilustrativa.
Vermífugo pode ser comprado sem receita médica
A nitazoxanida é um remédio que possui os nomes Azox e Annita, e faz parte dos combatentes de parasitas e vermes. O medicamento também é antiviral e recebe indicação médica para pacientes com rotavírus.
Para evitar a automedicação, em abril deste ano, a aquisição do remédio foi possível apenas com prescrição médica. Todavia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, no início de setembro, que a nitazoxanida poderia ser comprada sem receita.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda não indica o medicamento para o tratamento da Covid-19.
Estudo foi coordenado entre 1,5 mil voluntários
De acordo com o ministro Marcos Pontes, mais de 1.500 participantes testaram o uso do medicamento. Distribuídos no Distrito Federal, em São Paulo e no Rio de Janeiro, dois grupos foram estabelecidos, nos quais um tomou um placebo, e outro a substância.
Patrícia Rieken Macedo Rocco, coordenadora geral da pesquisa, e chefe do Laboratório Pulmonar do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirmou ao G1 que houve uma significativa redução na carga viral dos testados.
Enquanto isso, o plano de vacinação segue em São Paulo, com Doria autorizando escolhendo entre as opções de vacinas a considerada mais segura. Até o momento, a Coronavac é a que está sendo cotada.