Cientistas da Universidade da Califórnia, e também pesquisadores do Departamento de Saúde Pública de São Francisco na área de Pesquisa de Prevenção do HIV, demonstraram estar preocupados com a escolha de vetores de algumas vacinas contra o novo coronavírus.
Dentre diversas fórmulas para desenvolver a vacina ideal contra a Covid-19, alguns dos imunizantes utilizam vetores capazes de criar o glóbulos brancos cheguem até o lugar onde elas devem agir, e consequentemente deixar o paciente vulnerável ao HIV.
Algumas das vacinas candidatas para imunizar o paciente utilizam um adenovírus modificado que contém o código genético de proteínas do coronavírus. Dessa maneira, o sistema imunológico desenvolve defesa contra a enfermidade mesmo sem ter contato direto com ela.
Adenovírus-5 aumenta chances de pacientes adquirirem HIV
Um nota divulgada na revista científica The Lancet, o grupo de pesquisadores liderado pela cientista Susan Buchbinder afirma que o uso do adenovírus tipo 5 (Ad5) pode causar suscetibilidade para o vírus da Aids.
O alerta se deu após realizarem testes de imunização contra o HIV com o mesmo vetor, notaram que os pacientes se tornaram mais vulneráveis ao vírus. O resultado gerou um efeito adverso, mas além disso, totalmente o oposto do que se buscava.
Mesmo após a revisão de segurança contestar que a culpa é do adenovírus-5, ainda não foi possível diagnosticar a total relação entre a substância e a maior facilidade de um paciente adquirir Aids. Na maioria dos casos, os adenovírus geram gripes leves.
Única vacina com o vetor deve ir para testes em humanos
Anthony Fauci, imunologista americano que tem trabalhado na procura por uma vacina contra a Covid-19, já havia escrito em 2014 que o uso de adenovírus-5 como vetor de imunizantes podia ser perigoso em regiões de risco de HIV.
Até o momento, quatro vacinas utilizam da tecnologia vetorial arriscada, enquanto apenas uma delas deve ir para a fase 3 de testes, que é realizada entre um grande número de voluntários humanos. A revista Science procurou os responsáveis pela produção da vacina, e os mesmos afirmaram ter conhecimento do risco que correm.