No último domingo (24) o presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, anunciou a renúncia do cargo. De acordo com as relações públicas da empresa, a decisão foi tomada com base em motivações pessoais de Ferreira Júnior.
Wilson continuará no cargo até dia 05 de março, momento onde ocorrerá a transição para o próximo presidente da companhia, no entanto, nenhum nome foi anunciado. Wilson foi nomeado pelo então presidente Michel Temer. No cargo desde o ano de 2016, permaneceu após a proposta de se manter na presidência da companhia feita pelo presidente Jair Bolsonaro.
A gestão de Ferreira Junior
Ferreira Jr. nomeado pelo ex-presidente da república, Michel Temer. Na frente da gestão da companhia desde o ano de 2016, decidiu abrir mão da presidência no último domingo, de acordo com as declarações da empresa, a saída do presidente tem por trás motivações pessoais.
Wilson é conhecido por ser um entusiasta da proposta de privatização da Eletrobrás. Ferreira Júnior também é um dos membros do Conselho de Administração. Nesta segunda-feira (25), às 15 horas (horário de Brasília), será realizada uma teleconferência com os investidores para decidir o futuro da companhia.
“Sob sua gestão, a Companhia atingiu lucros históricos, reduziu custos operacionais, reduziu sua alavancagem a patamares compatíveis com a geração de caixa, reduziu custos operacionais com privatizações de distribuidoras e programas de eficiência.” Em nota, a empresa enalteceu os feitos de Wilson Ferreira Junior durante seu período como presidente da Eletrobrás.
Privatizações de 2020
Como já mencionado, Ferreira Junior é um dos CEO mais empolgados com as propostas de privatização da empresa. No ano de 2020 o Ministro da Economia, Paulo Guedes teve muitas dificuldades em fazer com que sua pasta de privatizações seguisse adiante.
Estavam previstas cerca de nove privatizações para o ano passado. Entretanto, até o momento atual, nenhuma das empresas sob o controle da União foi de fato privatizada. O ministro pretendia capitalizar pelo menos quatro grandes estatais.
Guedes chegou a afirmar à imprensa que os projetos estavam sendo frustrados graças a “acordos políticos” dentro do Congresso. Um dos projetos inclui a venda da Eletrobrás, a equipe do ministro previa ganhos de até R$ 1 trilhão de reais com a privatização dessas nove empresas.
Projetos de privatização
No ano de 2021, o Governo Federal prevê leiloar cerca de 64 projetos. Em 2020 projetos como a privatização da Eletrobrás, a construção de 22 aeroportos, 3 parques e duas rodovias, além do leilão de tecnologia 5G não saíram do papel.
A equipe econômica estabeleceu nova meta onde prevê cerca de 104 leilões, dentre esses estimam-se cerca de 9 privatizações, incluindo a Eletrobrás, os Correios, o Pré-Sal Petróleo S.A. e o Porto de Santos. A equipe econômica estima que esses projetos levantem cerca de R$ 371 bilhões de reais.
Vale lembrar que em agosto de 2020, o secretário Salim Mattar, responsável por projetos de Desestatização e Privatização, deixou o cargo por insatisfação com o rumo e velocidade dos projetos de privatização.
Polêmicas
Ferreira Júnior, o então presidente da Eletrobrás está no cargo desde a gestão do ex-presidente da república, Michel Temer. Wilson se envolveu em algumas polêmicas quando iniciou sua gestão na companhia.
Foi em junho de 2017, que uma conversa do CEO foi divulgada, o conteúdo revelava conversas do presidente da empresa com sindicalistas. No material, Ferreira Jr. chega a chamar os funcionários de “safados” e “vagabundos”.