Nesta terça-feira (29), o Ministério Público Federal (MPF) encaminhou à Justiça Federal, uma denúncia contra o ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, por lavagem de dinheiro.
A investigação deve incluir Mário Rodrigues Júnior, que também dirigiu a Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), sua ex-mulher Andrea Bucciarelli Pedrazzoli. Também foram denunciados José Rubens Goulart Pereira, ex-diretor da Galvão Engenharia, e seu irmão Cristiano Goulart Ferreira.
Paulo, filiado ao partido PSDB, já foi condenado a 27 anos de prisão pela Justiça Federal. A reportagem do G1 não conseguiu contato com os advogados dos possíveis réus, que aguardam o início das investigações quando a Justiça aceitar a denúncia.
Paulo já foi condenado a prisão pela Lava Jato
Paulo já foi condenado a prisão por denúncia da Lava Jato. O MP-SP o acusou de fraudes de licitações e formação de cartel nas obras do Sistema Viário Metropolitano de São Paulo, e do trecho sul do Rodoanel. Paulo de Souza trabalhou, no mesmo período, nos governos de Geraldo Alckmin e José Serra, do PSDB.
Na ocasião, a Força-Tarefa da Lava Jato denunciou 33 pessoas por cartel entre construtoras, dentre elas, diversos agentes públicos da Dersa, a qual Paulo já dirigiu. Em 2018, o empresário já foi preso novamente por conta de descumprimento de prisão, mas teve soltura por decisão de Gilmar Mendes.
No caso denunciado nesta terça-feira (29), os procurados praticaram atos de lavagem de dinheiro em contas da Suíça, sob pagamentos vinculados ao Grupo Galvão Engenharia.
Lava Jato quer que dinheiro ilícito seja devolvido aos cofres públicos
A Força-Tarefa de São Paulo focou no recebimento de dinheiro ilícito pagos pela Galvão Engenharia. Segundo as investigações, o pagamento foi feito para que o grupo pudesse fazer parte do cartel de construtoras.
Paulo Vieira de Souza e Mário Rodrigues Júnior receberam o dinheiro na Suíça. De acordo com a Lava Jato, José Rubens Goulart, com a ajuda de Cristiano Goulart, trabalharam na administração dos pagamentos.
Andrea Bucciarelli Pedrazolli, teria recebido parte do dinheiro pelo seu ex-marido, Mário Rodrigues. Os investigadores encontraram contas de Mário, Paulo e Cristiano no banco Bordier & Cie, todas no nome de uma pessoa jurídica em comum, a Del Toboso Trust Co. S.A..
Como punição, a Lava Jato quer que os envolvidos devolvam o capital ilícito recebido, e que reparem os buracos causados aos cofres públicos.