Durante uma entrevista dada à reportagem do “O Estado de S. Paulo” na última quinta-feira (24), o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que homossexuais vêm de famílias desajustadas.
Neste domingo (27), Milton retratou sua fala. Ao visitar a sede do Instituto Federal do Paraná (IFPR), o governante disse que, como pastor, possui próprias convicções, mas como ministro, o seu serviço é para todos.
Os destaques da conversa se dão ao tratamento de Milton da orientação sexual como escolha, e ao uso da palavra “homossexualismo”. Com isso, a Procuradoria Geral da República (PGR) solicitou que o Supremo Tribunal Federal (STF) investigue o ministro por crime de homofobia.
Ministro diz que homossexualidade advém de ‘famílias desajustadas’
Na entrevista da última quinta-feira (24), ao ser perguntado sobre educação sexual, o ministro aprovou a ideia para evitar gravidez precoce, mas disse que questões de sexualidade não devem ser abordadas.
Em meio a fala, Milton disse que muitas vezes o adolescente opta por andar no caminho do “homossexualismo”. Ainda disse que, ao fazer uma pesquisa, é possível identificar que gays vêm de famílias desajustadas.
O termo “homossexualismo” é considerado errado por conta do sufixo -ismo, que representa doenças. Desde 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista de enfermidades.
PGR pede abertura de inquérito contra homofobia
Em entrevista no domingo (27), o ministro da Educação justificou a sua fala. Ele disse que tem a liberdade de opinar sobre o assunto e que, como pastor, tem suas próprias convicções, mas exerce o papel de ministro ‘para todos’. Milton ainda reparou sua fala dizendo que palavra “homossexualismo” não é um termo usado mais pela ciência.
O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, pediu em nome da PGR, para que o STF abra um inquérito de investigação contra homofobia na declaração do ministro de estado.
De acordo com a PGR, as falas podem ser lidas como uma infração penal ao induzir ou incitar o preconceito. O ministro Dias Toffoli é o relator do caso, entretanto não há prazo para a decisão de acolhimento ou não do pedido.