Nesta segunda-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não será obrigatória a vacinação contra a Covid-19. Bolsonaro afirmou que o Ministério da Saúde é quem é responsável por definir a obrigatoriedade dea vacina.
O órgão, por sua vez, já definiu o Programa Nacional de Imunizações, e a vacina que combate o novo coronavírus não está entre as obrigatórias. O cronograma conta com apenas o imunizante de Oxford, desenvolvido em parceria com a Fiocruz.
De antemão, o chefe de Estado brasileiro assinou a lei 13.979, em fevereiro deste ano. A legislação confere que a realização compulsória de vacinação poderá ser adotada para o enfrentamento da pandemia, que se encontra em estado de emergência de saúde pública.
João Doria e Bolsonaro sobre a obrigatoriedade da vacina
Na última sexta-feira (16), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ressaltou que a vacina contra a Covid-19 será obrigatória em todo o estado, com exceção de habitantes com orientação médica contraditória.
O administrador do estado reiterou que “medidas legais” serão aplicadas a quem se recusar sem nenhum motivo médico. No Palácio do Planalto, Bolsonaro falou sem mencionar o governador que existe uma pessoa causando terror na opinião pública.
Ressaltando a divergência entre os dois políticos, o presidente também afirmou que quem anuncia que a vacina deve ser obrigatória não pensa, em suas palavras, na saúde ou na vida do próximo.
Instituições científicas reprovam posicionamento de Bolsonaro
Em setembro, Jair Bolsonaro já havia dito que nenhum cidadão pode ser obrigado a tomar vacina. Médicos, infectologistas, parlamentares e a Organização Mundial de Saúde (OMS) repudiaram a afirmação pois, segundo eles, desestimular a imunização é inconstitucional.
Ricardo Tostes Gazzinelli, presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia, refutou e levantou riscos na fala de Bolsonaro. O doutor em bioquímica e imunologia afirmou que Bolsonaro pode prejudicar o controle da Covid-19, quando existir a vacina.
Lessandra Michelin, diretora da mesma instituição, disse que as autoridades públicas devem conscientizar a população da necessidade de se vacinar.