Com a crise econômica durante a pandemia, produtos e alimentos no mercado brasileiro sofreram um aumento drástico. Preços do arroz e óleo de soja continuam subindo nos mercados, e as passagens aéreas também não escaparam do aumento.
Em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado para medir a inflação nos preços, avançou 0,86%. Segundo os cálculos, a taxa é maior que em setembro (0,64%) e é o maior resultado no mês de outubro desde 2002.
Os levantamento foi divulgado nesta sexta-feira (06) e feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além dos preços dos produtos alimentícios, o retorno da demanda por voos pelo país derivou um aumento nos preços de passagens aéreas, pressionando o indicador.
IPCA aponta que alta na inflação atingiu produtos e serviços
No ano de 2020, a inflação acumula uma alta de 2,22% e em 12 meses, 3,92% o que acabou ultrapassando dos 3,14% observados no último registro. De acordo com pesquisas feitas, a meta para a inflação nesse ano é de 4%.
O IPCA analisou em levantamento que, de nove grupos de produtos e serviços, oito apresentaram alta em outubro. O índice é o principal indicador da alta nos serviços mostrando principalmente a diferença no preço para o consumidor.
Ele é calculado ao longo do mês e medido em comparação a base anterior. Em setembro, registrou-se a maior inflação desde 2003. Com isso, preço de alimentos específicos despontaram no índice e despertam tensão entre consumidores. O valor do dólar e a demanda interna ainda são os grandes motivos que pressionam o valor destes alimentos.
Alimentos com a maior alta
A maior variação (1,93%) e o maior impacto vieram, novamente, da alimentação e bebidas, apesar da desaceleração em comparação a setembro (2,28%).
Isso aconteceu por conta do aumento de preço menos intensos de alguns produtos como o arroz (13,36%) e o óleo de soja (17,44%), que no mês passado tinham ficarão em 17,98% e 27,54%, respectivamente.
Outros itens como as frutas (2,59%) e a batata-inglesa (17,01%), também conseguiram registrar variações positivas em outubro, apos o recuo dos valores no mês anterior. Já as carnes subiram 4,25%. Em relação às quedas, foram destacadas a cebola (-12,57%), a cenoura (-6,36%) e o alho (-2,65%).
“Todos esses itens têm contribuído para alta sustentada dos preços dos alimentos, que foram de longe o maior impacto no índice do mês”, explica o gerente da pesquisa do IPCA, Pedro Kislanov.
Passagens aéreas também sofreram aumento
O segundo maior impacto sobre a inflação não está no setor de alimentos e sim ligado a turismo. Com o relaxamento do isolamento social, viagens se tornaram mais comuns e os preços subiram.
- Transportes (1,19%);
- Passagens aéreas (39,83%).
De acordo com a pesquisa, houve uma alta nos preços das passagens nas regiões que foram pesquisadas, em Porto Alegre foi 21,66% até 49,71% em Curitiba. Esses se tornaram alguns dos maiores destaques desse período da pandemia que já ultrapassa um semestre.