Celso de Mello pede a Fux que depoimento de Bolsonaro seja marcado

Nesta segunda-feira (5), Celso de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu que o depoimento por escrito de Jair Bolsonaro, recurso da Advocacia-Geral da União (AGU), seja agendado.

O depoimento trata do inquérito que apura se o presidente da república tentou interferir na Polícia Federal, como afirmou Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça de Segurança Pública em um dos seus últimos discursos enquanto participante do governo. 

Luiz Fux, presidente do STF, definirá um dia para que o caso seja analisado pela Justiça brasileira. A sessão pode ocorrer na próxima quarta-feira (7), um dia antes da última sessão de Celso de Mello, que se aposenta no dia 13 de outubro.

Celso de Mello pede a Fux que depoimento de Bolsonaro seja marcado
Fonte: (Reprodução/Internet)

Relator do caso não aprova depoimento por escrito de Bolsonaro

Celso de Mello é o relator do inquérito que investiga o presidente Jair Bolsonaro. A primeira decisão do ministro foi na retirada do julgamento no plenário virtual. O ministro Marco Aurélio Mello tinha direcionado o caso para a análise online. 

O recurso lançado pela AGU requer que Bolsonaro possa prestar depoimento por escrito, visto que Celso decidiu pelo depoimento presencial. A Polícia Federal intimidou o presidente a prestar esclarecimentos, mas a AGU recorreu ao STF, que anulou a decisão da PF.

O documento da Advocacia cita o Código de Processo Penal que possibilita algumas autoridades a depor por escrito como testemunhas. Uma das autoridades da legislação é o presidente da República. Entretanto, o Código não trata do depoimento por escrito no casos de autoridade investigada.

Celso de Mello concorda com o impasse de que os investigados não podem depor desta maneira, em exceção das testemunhas. Marco Aurélio, que já tinha enviado a pauta ao plenário virtual, votou a favor de que o presidente Bolsonaro preste esclarecimentos por escrito.

Inquérito diz que Bolsonaro interferiu na Polícia Federal

O inquérito foi aberto por Celso de Mello após declarações do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro. Após pedir para sair do governo, Moro afirmou que Jair Bolsonaro optou por substituir a direção-geral da Polícia Federal, porque gostaria de obter acesso de investigações sobre a própria família.

A investigação foi aberta pois, as declarações de Moro demonstram que o interesse de Bolsonaro tem relação com o cargo que exerce de chefe de Estado, o que é assegurado pela Constituição.

Sergio Moro também é investigado no inquérito e precisa apresentar à PF provas das acusações feitas. Celso de Mello solicitou que Moro se manifeste no prazo de cinco dias a respeito do recurso da AGU.