O prêmio Nobel de Medicina de 2020 foi angariado pelo trio Harvey J. Alter, Michael Houghton e Charles M. Rice, responsáveis pela descoberta do vírus da Hepatite C. Uma doença para qual ainda não existe vacina e pode levar a morte o paciente que a contrair.
O anúncio foi divulgado nesta segunda-feira (5) pela Academia Sueca, contemplando o progresso dos cientistas. Entre eles, será dividido o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões), em partes iguais.
A Hepatite C é uma inflamação no fígado que pode se tornar crônica e causar câncer, levando à morte. Pode ser transmitida pelo sangue ou outros fluidos corporais, sendo considerada um problema mundial de saúde.
Conheça os protagonistas dessa conquista
As descobertas seminais que levaram à identificação de um novo vírus, da Hepatite C, em 1989, revelou a causa dos casos restantes de Hepatite Crônica e possibilitou exames de sangue e novos medicamentos que salvaram milhões de vidas ao redor do mundo.
Harvey J. Alter, 85 anos, é um virologista americano e pesquisador do National Institutes of Health (NIH) nos EUA. Seu trabalho apontou que um vírus desconhecido era a causa comum da Hepatite Crônica associada as transfusões de sangue.
O virologista britânico, Michael Houghton utilizou uma estratégia não testada para isolar o genoma do novo vírus, batizado de vírus da Hepatite C. Ele é diretor do Instituto de Virologia Aplicada da Universidade de Alberta, no Canadá.
O terceiro cientista, Charles M. Rice, virologista americano de 68 anos, forneceu a evidência final mostrando que o vírus da Hepatite C podia, sozinho, causar a doença. Ele é professor de virologia na Universidade Rockefeller, nos EUA.
Tipos da doença e como são tratados
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 70 milhões de casos de Hepatite são diagnosticados todos os anos, causando 400 mil mortes anuais. A doença é um dos principais motivos para transplante de órgão.
A Hepatite pode ser dividida em cinco tipos:
- Hepatite A;
- Hepatite B;
- Hepatite C;
- Hepatite D;
- Hepatite E.
Existe vacina apenas para a Hepatite A e B (distribuídas pelo SUS no Brasil). Por outro lado, para o tipo E há uma imunização desenvolvida e licenciada na China, mas que não está disponível em todo o mundo, de acordo com a OMS.
O tipo D só pode infectar uma pessoa que já tenha o vírus da hepatite B no corpo. Por último, no tipo C, há tratamentos realizados com os antivirais de ação direta, que apresentam taxas de cura de 95% e são empregados, geralmente, por 8 ou 12 semanas, conforme preconiza o Ministério da Saúde.