O novo normal na Espanha não durou por muito tempo. Apesar da fala segura há dois meses do chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, a situação no país se agravou em meados de agosto e tem se espalhado mais rápido do que qualquer outra nação vizinha.
A Espanha apresentou um dos confinamentos mais rigorosos do continente europeu contra a Covid-19. No entanto, após dois meses da flexibilização e a reabertura das atividades comerciais, o número de contágios pelo país saltou, registrando fracasso.
Quando o estado de emergência terminou, em 21 de junho, o governo espanhol contabilizava de 100 a 150 casos por dia, em agosto esse número aumentou para mais de 3 mil diários. Entretanto, o número de óbitos segue bem menor do que foi registrado durante o pico da doença.
Especialistas apontam as causas do fracasso
Especialistas consultados pelo portal El País, indicaram as possíveis causas de um fracasso na retomada das atividades dos espanhóis. Entre elas estão a falta de recursos, as falhas de planejamento e o excesso de confiança por parte de autoridades governamentais da Espanha.
Em junho, quando tudo estava planejado para a volta à normalidade, o anúncio do chefe de Governo chamou a atenção de todos pela confiança, afirmando que o vírus havia sido derrotado e que havia sido efetivado o controle da pandemia e a mudança da curva da doença.
Por outro lado, meses após a fala de Sánchez, o Ministro da Saúde, Salvador Illa comentou que adiante o país enfrentaria semanas duras em Madri. A capital, Madri enfrentou restrições de isolamento social, prometendo uma vigilância epidemiológica que não se cumpriu, dessa maneira, tornando-se uma das mais afetadas.
A confiança por trás do ‘novo normal’
A confiança e expectativa que o governo espanhol gerou na sociedade, fez com que tudo se flexibilizasse e acontecesse de forma mais rápida do que se imaginava, ou então acreditar que as vidas podem voltar ao normal mesmo com a presença do vírus.
“Chamar de nova normalidade talvez tenha sido uma falha, porque nos deixou confiantes. Enquanto o vírus estiver conosco devemos ter certeza de três coisas: atendimento de saúde reforçado; rastreadores, e o cumprimento de distanciamento social dos espanhóis”, comentou Saúl Ares, cientista do Centro Nacional de Biotecnologia, ao portal BBC News.