Dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontaram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou 0,64% em setembro.
Em agosto, o IPCA contabilizou 0,24%. A inflação oficial do país vêm apresentando uma alta, que se deve aos preços dos alimentos e do combustível, principalmente a gasolina.
O aumento representa o maior número do mês de setembro, desde 2003. Ainda é a maior taxa mensal deste ano. A inflação se encontra abaixo da meta do governo para o atual ano, que é de 4%, entretanto está acima do piso, que é de 2,5%.
Alimentos são boa parte da alta na inflação
A alta nos alimentos impactou a maior parte do aumento na inflação oficial. Segundo levantamento do G1, os alimentos de consumo domiciliar são os com a maior alta de preços.
O arroz apresentou, em agosto, aumento de 17,98%, o óleo de soja 27,54%. Respectivamente, as altas anuais são de 40,69% e 51,30%. O tomate subiu 11,72%, o leite longa vida 6,01% e as carnes 4,53%.
Em detrimento, alguns insumos apresentaram queda. A cebola caiu 11,80%, o alho 4,54%, e as frutas 1,59%. Instituições financeiras previram uma mediana de aumento menor do que a que houve. O Valor Data reuniu as perspectivas, que eram de 0,54% de aumento. Mesmo ainda não foi fácil economizar.
Produtores preferem exportar por conta da alta do dólar
De acordo com Pedro Kislanov, gerente de pesquisa, a alta no custo dos alimentos se dá ao aumento do preço do dólar e à demanda interna.
“Pelo lado da demanda, tem um impacto do auxílio emergencial, que tem garantido a manutenção do consumo, sobretudo das famílias mais pobres. Pelo lado da oferta, tem também o impacto do câmbio, com aumento significativo das exportações de produtos como o arroz e a soja”, explicou Pedro.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou a maior alta do mês de setembro, de 0,87%. O aumento é o maior desde 1995.
Maioria do IPCA é composto pelo aumento na gasolina
Os preços que envolvem transportes aumentaram pelo quarto mês consecutivo. Em setembro, a gasolina teve alta de 1,95%, o que contribuiu em 0,09% no total da inflação mensal. A gasolina implicou o maior peso no índice.
Dentre os cinco principais impactos no IPCA, 4 pertencem ao grupo alimentício, sendo eles a carne, o óleo de soja, o leite longa vida e o arroz. O último seria a gasolina, dentro do grupo dos transportes.
Estados que mais sofrem com os altos preços
O IPCA apresentou aumento em todas as 16 regiões analisadas. Campo Grande teve o maior aumento, de 1,26%. Fortaleza com 1,22%, Goiânia com 1,03% e São Luís com 1% acompanham o topo da lista. O menor número é de Salvador, que apresentou 0,23%.
A pesquisa é realizada sob análise de uma cesta do que as famílias, com renda de um a 40 salários mínimos, consomem tipicamente. O cálculo é feito em seis municípios e em dez regiões metropolitanas.