Mercado de trabalho não terá recuperação rápida, de acordo com o presidente do BC

Nesta segunda-feira (9), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou a situação do mercado de trabalho e concluiu que a retomada econômica será difícil. Além disso, ele também acrescentou que a reversão do desemprego não será rápida.

De acordo com o Roberto Campos, o avanço da tecnologia durante a crise do Covid-19 será um empecilho na caminhada trabalhista dos cidadãos, especialmente para os autônomos. Isso porque algumas atividades no ambiente digital podem retirar funcionários presenciais permanentemente.

O economista chegou a participar do evento Greenwich Economic Forum 2020, promovido pela The Economist, e avaliou que a aceleração dos meios tecnológicos foram tão rápida que os trabalhadores autônomos não tiveram tempo de se realocar em outras atividades.

Mercado de trabalho não terá recuperação rápida, de acordo com o presidente do BC
Fonte: (Reprodução/Internet)

Tecnologia substituirá trabalhadores autônomos na pandemia

Durante a pandemia, várias empresas foram obrigadas a serem realocadas no meio tecnológico. Com o distanciamento social, setores que aglomeravam seus clientes tiveram que pensar em um jeito de transferir o negócio atual para meios virtuais.

Diante deste cenário, vários trabalhadores não conseguiram acompanhar a mudança do mercado de trabalho, ficando assim desamparados.

Campos afirmou que deve haver um equilíbrio pois empresas de tecnologia, segundo ele, tiraram empregos informais, principalmente na área serviços em países emergentes como o Brasil.Para o presidente do BC a mudança no padrão de consumo deve agilizar esse processo tecnológico.

Diante da problematização feita por Roberto, ele ressaltou uma possível solução para o problema que está por vir. Para ele, o governo brasileiro deveria criar programas sociais para os cidadãos que ficaram desamparados por conta da evolução do mercado trabalhista.

Brasil deixará o ‘top 10’ de países com maior PIB

Além do impacto que a pandemia causou no mercado de trabalho, a mesma também não foi muito gentil na economia do país. Durante a crise do coronavírus, o real brasileiro sofreu uma forte desvalorização e com isso o Brasil deve deixar o ‘top 10’ de países com maior Produto Interno Bruto (PIB), segundo o estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Com a queda, o Brasil seria ultrapassado pelo Canadá, pela Coreia do Sul e pela Rússia, que ocupariam da nona até a 11ª posição, tornando-se a 12ª posição em 2020. Em dólares, o PIB brasileiro que era de US$1,8 trilhões em 2019, passaria para US$1,4 trilhão em 2020. Segundo pesquisadores da FGV, a pandemia é um grande fator para o acontecimento, mas a desvalorização do real também é.