Nesta quarta-feira (21), Élcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde, afirmou que não existe intenção por parte do Governo Federal de comprar as vacinas Coronavac, desenvolvidas pela farmacêutica Sinovac.
A declaração foi feita um dia depois do próprio Ministério anunciar que iria negociar com empresa chinesa para comprar 46 milhões de doses do imunizante contra a Covid-19. A nota ainda introduzia a criação de uma medida provisória para separar R$ 1,9 bilhão ao investimento.
A fala recente de Élcio Franco diz que o acordo publicado anteriormente tratava de um protocolo de intenção entre o Ministério e o Instituto Butantan, contudo, o secretário finalizou dizendo que o negócio de compra do protótipo chinês não será fechado.
Coronavac iria ser comprada para vacinação nacional
Após reunião da terça-feira (20), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sob a presença de 27 governadores anunciou que enviou um documento ao Instituto Butantan, em São Paulo, no qual se comprometeu em comprar doses da vacina Coronavac.
A Sinovac possui acordo com o Butantan e o governo de São Paulo, que previa a venda de 40 milhões de doses para produção em território paulista, e também de 6 milhões já prontas para injeção.
Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, até o final do ano todas as 46 milhões de doses estariam prontas. A vacinação no estado de São Paulo começaria no início de janeiro, priorizando o grupo de risco e os profissionais de saúde.
Embates entre Doria e Bolsonaro
Na manhã desta quarta, o presidente Jair Bolsonaro já havia publicado que o Brasil não compraria a vacina chinesa. A declaração foi em resposta à uma seguidora que solicitou a exoneração do ministro da Saúde, o considerando traidor.
Em coletiva de imprensa, o governador João Doria (PSDB) disse que a vacina não deve ser avaliada por sua origem, e sim por seus bons resultados. Em análises preliminares dos estudos clínicos da Coronavac no Brasil, o imunizante gerou poucas reações adversas nos voluntários.