Segundo pesquisas científicas, pacientes que ficam em estado grave ao serem contaminados pela Covid-19 possuem genes muito semelhantes aos dos neandertais, evolução passada dos seres humanos.
O levantamento foi realizado pela união dos institutos Karolinska em Estocolmo, da Suécia, no Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa, no Japão, e o Instituto de Antropologia Evolutiva Max Planck, na Alemanha.
Apesar de os neandertais terem oferecidos características evolutivas benéficas, como pelos mais grossos para a proteção do frio, e até mesmo um sistema imunológico mais forte, alguns de seus genes são frágeis aos sintomas da Covid-19.
Pacientes graves possuem herança genética neandertal
Hugo Zeberg, co-autor da pesquisa e professor de neurociência do Instituto Karolinska verificou que o segmento de DNA de pacientes graves pelo novo coronavírus é muito parecido com o dos Homo Nenderthalensis.
O grupo genético analisado é encontrado no cromossomo 3, o que Hugo verifica ser “praticamente idêntico” ao dos neandertais, com somente algumas posições diferentes.
O estudo foi realizado com 3.199 pacientes, sendo em maioria europeus. Os resultados conseguem verificar que, o maior fator genético para casos graves na Covid-19 hospitalizados é o da semelhança com a evolução anterior.
A herança neandertal se encontra principalmente no sudeste asiático, atingindo 50% dos habitantes da região. Em Bangladesh, a população é 63% herdeira dessa espécie. Na Europa, esse DNA abrange 16% da população.
Idade ainda é o maior fator de risco letal à Covid-19
A gravidade pela contaminação da Covid-19 não se dá apenas por fatores genéticos, a idade também é um dos principais riscos para sintomas mais intensos. Zeberg afirmou, que mesmo com a maior herança genética neandertal na Ásia, a idade média na Índia, por exemplo, é de 27 anos, enquanto na Espanha é de 45 anos.
“Há muitos mais idosos na Europa do que no Sul da Ásia e outros fatores entram em jogo, como hábitos sociais e a forma como os países respondem à pandemia”, explicou o cientista.
De acordo com dados da Universidade John Hopkins, na Espanha morrem, em média, 69 pessoas pelo novo coronavírus por 100 mil habitantes. Em detrimento, na Índia o número é de oito mortes pelo mesmo público amostral.