O Brasil sempre teve um cenário de fartura quando o assunto era matéria-prima, no entanto, nos últimos meses da pandemia a situação não foi a mesma. De acordo com os varejistas, produtos derivados de matéria-prima estão em falta.
Por conta da crise do Covid-19, várias fábricas que manipulam a matéria-prima não estão fornecendo mais, pois o material está escasso. A partir disso, as fábricas quando retomaram as produções foram obrigadas a aumentar o valor de seu produto.
Diogo Murrieta, dono de uma pizzaria em Belém, desde agosto estava tentando adquirir embalagens de pizza que utilizava para embalar seus pedidos, mas o pizzaiolo acabou não conseguindo.
Fábricas fazem reajuste na fabricação de produtos
Em novembro, a fornecedora de embalagens voltou a produzir, porém, com um reajuste de preços de 20%. Diante à situação, Diogo teve que realizar um comunicado avisando aos seus clientes que haveria uma modificação nos valores das pizzas.
Não são somente as embalagens de papelão que estão sofrendo por falta de comércio, outros empresários também estão manifestando seus relatos de escassez de outros materiais. Os produtos que mais estão em falta no mercado são:
- Aço;
- Cobre;
- Produtos químicos em geral;
- Resinas plásticas;
- Embalagens de papelão, plástico e vidro;
- Algodão e tecidos;
- Placas de MDP, MDF;
- Espumas para fabricação de móveis com estofado.
Para os ecônomos, o primeiro fator que explica a falta de matéria-prima nos últimos meses, foi a complicação das cadeias produtivas que aconteceu no início da pandemia. A queda de produção no início também ajudou na escassez de matéria.
Auxílio Emergencial impulsiona a recuperação
Além do distanciamento social que interrompeu as produções, as fábricas passaram a gerar caixa para concluir seus compromissos financeiros. A partir disso, várias empresas consumiram suas próprias fabricações, tanto de insumos, como de produtos acabados.
Economistas também explicam a alta de preços das matérias-primas com um terceiro fator, como a recuperação mais rápida da atividade econômica no Brasil, que se deu por conta do Auxílio Emergencial implementado pelo governo brasileiro.
Ricardo Roriz, presidente da Abiplast, diz que a produção ficou paralisada por dois meses, e logo depois o governo anunciou as parcelas do Auxílio Emergencial, gerando uma instabilidade nas produções.