Lindôra Araújo, subprocuradora-geral da República e chefe da Lava Jato, solicitou que o Supremo Tribunal Federal (STF) descarte uma denúncia realizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado Arthur Lira (PP).
O parlamentar compõe o corpo dos líderes do “Centrão”, grupo de governantes que ocupa grande parte do Congresso. A defesa de Arthur Lira teve pedido atendido por Lindôra.
De acordo com os advogados, não existem indícios que comprovem que Lira está ligado ao recebimento de R$ 1,6 milhão de propina, da Queiroz Galvão, contrariando a denúncia apontada pela Lava Jato.
PGR retira própria denúncia contra Arthur Lira
Todo pedido de denúncia solicitado pelo Ministério Público Federal à Justiça, é analisado para que os acusados se tornem réus e uma investigação formal se inicie. Nesta lógica, o pedido de retirada da denúncia contra Arthur Lira, feito por Lindôra Araújo, tem que ser aprovado pelo STF.
A acusação trata-se de que Lira teria executado corrupção passiva. O governante teria recebido propina da Queiroz Galvão, como pagamento pelo apoio do PP à manutenção da diretoria da Petrobras por Paulo Roberto Costa.
Retomando a denúncia realizada pela própria PGR, Lindôra diz que não há nos “autos prova da existência” entre a relação de Lira com a empreiteira Queiroz Galvão.
Dinheiro ilícito teria sido destinado ao PP/Liderança
A chefe da Lava Jato, Lindôra, afirmou que a partir da denúncia de suposto pagamento ilícito de R$ 1 milhão e R$ 593 mil, em 16 e 17 de maio de 2012, os colaboradores da investigação, Alberto Youssef e Carlos Rocha, apresentaram divergências de versões quanto ao destino dos valores pagos pela Queiroz Galvão.
Quando a PGR lançou a denúncia, a defesa do deputado federal afirmou que por ter afastado Paulo Roberto Corta e Alberto Youssef do PP, os colaboradores desenvolveram inimizade com Lira e tentaram o envolver em atos ilícitos em que o parlamentar não havia participado.
Ao encerrar a justificativa para o cancelamento da acusação, Lindôra disse que não há nenhum vestígio que indique os valores foram destinados a Arthur Lira, mas sim para políticos do PP/Liderança, em Brasília.