Com o surto de coronavírus vários setores do cotidiano da sociedade foram afetados, mais uma das áreas que mais sofreu com o desequilíbrio foi a economia. Junto ao surto da doença, o governo brasileiro teve que realizar vários investimentos para que o comércio se mantivesse.
Mesmo com o investimento de benefícios como o auxílio microempreendedor, o auxílio para mães solos e cidadãos desempregados, o comércio brasileiro ainda corre o risco de fiscal por contas públicas feitas durante a pandemia.
O endividamento do Brasil conseguiu superar a marca de 90% do PIB. Esses eventos que vêm acontecendo na economia brasileira desestimulam investimentos e levantam incertezas sobre o ritmo de recuperação da economia.
Dívida pública se agrava na pandemia e alerta governo
A população hoje se questiona sobre a saúde das contas públicas, também pergunta qual será a estratégia chave do governo para frear e reverter a situação que a pandemia causou.
O descontrole da dívida pública e o risco de descontrole da situação financeira do país é um objeto já apontado por analistas e investidores como um dos principais fatores na incerteza doméstica.
O problema de endividamento do Brasil não é novo, mas acontece desde 2014. O país tem gastado mais do que arrecada com impostos, o que gera um déficit primário aplicado ao endividamento. No entanto, com a pandemia as despesas foram críticas e a situação se tornou mais grave, alertando o governo sobre a urgência de ajustes fiscais.
As principais questões que estão sendo abordadas dizem respeito ao Orçamento de 2021. É discutido se o Renda Brasil, programa que será substituto do Bolsa Família, respeitará o teto de gastos do atual programa. Também há uma incógnita no ar sobre o governo dar progresso à agenda das reformas estruturais.
Dívida bruta do Brasil chega até 90% do PIB
A dívida bruta do setor público conseguiu se superar em setembro com a marca de 90% PIB (Produto Interno Bruto), o que vale cerca de R$6,53 trilhões, de acordo com os dados do Banco Central. Em 2019, a dívida estava em 75,8% do PIB, recuando ligeiramente ante 2018, na primeira queda em cinco anos.
A dívida bruta é o principal cálculo que é utilizado nas comparações internacionais de endividamento e junta todas as contas do governo federal, municípios, estados e empresas estatais. O Ministério da Economia prevê que a dívida bruta do Brasil encerrará este ano em 96% do PIB, e ainda ressalta que o endividamento só subirá nos próximos anos.
“Com o teto de gastos e reforma da Previdência, estávamos num processo de melhora […] Agora, estamos indo para um cenário pessimista, com um certo risco de que a trajetória da dívida só cresça, sem perspectiva de queda, uma vez que não estamos avançando nas reformas”, explica Fábio Klein, especialista em contas públicas da Tendências ao G1.
Gastos financeiros na pandemia
Os gastos do governo brasileiro para combater os efeitos econômicos da pandemia já chegam a R$ 587,5 bilhões. Já o montante bruto de estímulos fiscais são da ordem de 8% do PIB, o dobro da média de países emergentes, de acordo com o levantamento do Ibre/FGV.
Até março deste ano, havia uma meta de déficit para as contas do governo de até R$ 124,1 bilhões. Contundo, com o decreto de calamidade pública aprovado pelo Congresso Nacional não será preciso atingir esse valor. Por agora, o Ministério da Economia prevê um rombo de R$905,4 bilhões nas contas do setor público fortalecido em 2020.
O governo federal deverá responder sozinho por um déficit primário de R$ 880,5 bilhões neste ano, que é mais de sete vezes a meta inicial estipulada para o orçamento de 2020.
Por conta da necessidade de investimento em setores da saúde e suporte à trabalhadores que estão sem renda, a dívida pública foi considerada justificável. No entanto, o que preocupa os economistas é a trajetória dessa dívida.