Nesta quarta-feira (7), o presidente da República Jair Bolsonaro afirmou que acabou com a Operação Lava Jato, pois no atual governo não há mais corrupção.
A declaração foi dada no Palácio do Planalto, em uma comitiva que tratava medidas para a aviação civil e enquanto o chefe de Estado elogiava a própria administração governamental.
Na reunião, Bolsonaro ainda falou sobre as próprias indicações de cargos. O presidente justificou que são boas pessoas, tendo em vista as críticas que parte da mídia faz.
Profissionais da Justiça reprovam declaração de Bolsonaro
No Palácio do Planalto, Bolsonaro citou o fim da Lava Jato por conta de seu governo:
“É uma satisfação que eu tenho dizer à essa imprensa maravilhosa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação”.
Na mesma quarta-feira (7), Sérgio Moro escreveu em uma rede social sobre a Lava Jato. A publicação diz que tentativas de acabar com a operação significa o retorno da corrupção Ainda disse que o pensamento é um triunfo da velha política e que fragiliza a economia e a democracia. Por fim, afirmou que esse “filme” é conhecido
A força-tarefa da Lava Jato no Paraná, falou nesta quinta-feira (8), que o discurso de Bolsonaro indica que o mesmo não entende a necessidade da continuidade do combate à corrupção.
Os procuradores também disseram que é necessário o fortalecimento da Justiça por todos as autoridades, mas afirmou existirem “forças poderosas em sentido contrário”.
Bolsonaro foi denunciado por ex-integrante da Lava Jato
Bolsonaro elogiou a Lava Jato durante a sua campanha política, tanto que chegou a indicar Sérgio Moro, que trabalhava na operação em Curitiba, para assumir o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública.
Entretanto, Moro pediu demissão do cargo e no processo acusou Bolsonaro de uma suposta interferência política na Polícia Federal. Segundo o ex-ministro, o presidente gostaria de obter informações sobre investigações contra os seus familiares. Um inquérito foi aberto no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última quarta-feira (7), a Polícia Federal abriu a 76ª fase da Lava Jato, que investiga possíveis casos de corrupção na Petrobras, entre 2009 e 2008.